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 “Os paradoxos socráticos” são posições éticas defendidas por Sócrates

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PedroLuiz-BH




Mensagens : 9
Data de inscrição : 31/03/2015

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MensagemAssunto: “Os paradoxos socráticos” são posições éticas defendidas por Sócrates   “Os paradoxos socráticos” são posições éticas defendidas por Sócrates EmptyDom Abr 26, 2015 4:39 pm

Sócrates‎ > ‎ Fonte: https://sites.google.com/site/filosofiapopular/socrates/os-paradoxos-socraticos
Os Paradoxos Socráticos
Esta página é CITADA na Wikipedia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Sócrates) em REFERÊNCIAS (Referência número 33) Visualizar

Página na Wikipedia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Usuário(a):Jose_Antonio_da_Conceição) citando a "Coruja da Filosofia" Visualizar
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“Os paradoxos socráticos” são posições éticas defendidas por Sócrates que vão contra (para) a opinião (doxa) comum. Os principais paradoxos são os seguintes: 1) a virtude é um conhecimento; 2) ninguém faz o mal voluntariamente; 3) as virtudes constituem uma unidade; 4) é preferível sofrer injustiça do que cometê-la (Górgias 469 b-c) jamais se deve responder à injustiça pela injustiça, nem fazer mal a outrem, nem mesmo àquele que nos fez mal (Críton 49 c-d).
É possível encontrar nos diálogos de Platão o traço da origem do paradoxo da virtude-ciência. Este paradoxo inspira-se numa analogia com os diversos saberes técnicos, como a medicina, a construção, a pilotagem, a arte do general, etc. Essas diferentes técnicas são exemplares na medida em que demonstram que as atividades humanas orientadas para um fim, e que se baseiam num saber, são na maior parte do tempo coroado de êxito. Em outras palavras, é o saber a condição do sucesso dessas atividades técnicas. Ora, se é assim no domínio da atividade técnica, por que seria diferente nos domínios da ética e da política? Como o saber parece garantir o sucesso das atividades técnicas, Sócrates aposta que ele pode também servir de garantia de êxito da ação na esfera ética e política. No Górgias (460 a-b) Sócrates tira do paradigma técnico a mesma conclusão -, a virtude é um saber – mas com a ajuda de um argumento diferente: assim como basta estudar medicina para ser médico, ou arquitetura para ser arquiteto, assim aquele que aprendeu a justiça, forçosamente é justo. Em diversos diálogos Sócrates estabelece uma outra semelhança entre a virtude e as técnicas: assim como estas se baseiam num saber para realizar uma obra ou um produto (ergon) , assim a virtude deveria, graças ao saber no qual ela consiste, produzir um resultado ou um efeito (ergon) , que não é todavia da mesma natureza que o ergon técnico, visto que é interno à alma (melhoria de si mesmo e felicidade).
Ainda que as diferentes técnicas ofereçam o paradigma de uma atividade finalizada cujo êxito se baseia no saber que governa esta atividade, Sócrates percebe no entanto os limites da analogia com o saber técnico. Esses limites dependem de diferenças irredutíveis entre o saber moral e o saber técnico. A primeira diferença é que o saber técnico é uma condição necessária para o êxito da ação, enquanto que o saber moral é uma condição necessária e suficiente. Esta diferença é esclarecida no Hípias Menor (371 e – 376c), quando Sócrates se dedica a mostrar que aquele que é competente numa técnica particular pode, na sua opinião, obter um bom ou um mau resultado. Por exemplo, o ceramista competente pode fabricar um belo vaso ou ainda, se lhe der na veneta, um vaso de má qualidade. Coisa certa é que o ceramista competente é superior àquele que ignora tudo sobre cerâmica, pois este só pode obter, por não possuir a competência exigida, um mau resultado. Portanto, a competência técnica é a condição necessária, mas não suficiente, para obter o sucesso. A aplicação do paradigma técnico ao saber moral, sobre este ponto, leva a uma conclusão inaceitável: aquele que detém o saber moral pode, segundo seu gosto, agir virtuosamente ou não, e é nisso superior ao ignorante que não pode agir virtuosamente. Ora, aquele que conhece a justiça não pode agir com injustiça, e é precisamente por isso que o saber moral, à diferença do saber técnico, é uma condição necessária e suficiente para garantir o sucesso da ação.
A segunda diferença, que é sem dúvida a mais importante, é que o saber técnico está subordinado ao saber moral. O caso da medicina ilustra de modo evidente esta subordinação do saber técnico. O médico que aplica as regras da arte médica produz um resultado (ergon), a saber, a cura do doente, mas ele não sabe, como médico, se é preferível, em certos casos e para certas pessoas, abster-se de favorecer a recuperação da saúde, pois a saúde seria então um mal. O médico não sabe então para que paciente nem em que circunstâncias o efeito que ele sabe produzir é bom ou mau. O conhecimento do bem e do mal desapruma o saber técnico que não sabe determinar com segurança se o resultado que ele produz é realmente um bem. A subordinação do saber técnico tem importantes repercussões no plano político. O conhecimento que garante a felicidade individual e coletiva não é o saber técnico, que pode, no máximo, garantir a prosperidade material, mas o saber moral. No Cármides (173 a-d) Sócrates imagina em sonho uma cidade, cujos dirigentes poderiam reconhecer a competência de cada um, de modo que todas as funções necessárias à vida da cidade seriam confiadas a homens competentes. Mas Sócrates abandona finalmente esta posição que ele imaginou graças a um sonho enganador, pois uma cidade regida pela exigência da competência técnica não tem a garantia de conhecer a felicidade (cf. 173 d). Sócrates rejeita sem apelo a perspectiva de uma cidade tecnocrática, onde o único imperativo que preside a atividade técnica é o da competência. Ele está convencido de que a felicidade da cidade depende de um conhecimento arquitetônico, isto é, que preside o conjunto das outras atividades, na medida em que lhe cabe determinar as finalidades de cada uma e as condições de sua respectiva utilidade. Este conhecimento arquitetônico é o conhecimento do bem e do mal. É certo que a felicidade não é sinônimo de prosperidade material e é por isso que Sócrates fustiga os políticos de seu tempo que se empenham tanto em dotar a cidade de grandes equipamentos (baluartes, templos, arsenais, navios, etc.), mas negligenciam assim seu verdadeiro dever e a condição da felicidade: tornar melhores os seus concidadãos.
( DORION, 2006, p.64 –66)
Fonte: https://sites.google.com/site/filosofiapopular/socrates/os-paradoxos-socraticos
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